Fim de linha para a película cinematográfica
Lembra um pouco aquela cena de filmes americanos antigos, mostrando um sujeito segurando um cartaz dizendo “O fim está próximo”. Pois é, mais “end of life”, que na verdade já vem em processo há décadas.
Não tem jeito. A película está acabando. Primeiro vimos os laboratórios fecharem, a Kodak parar de fabricar certos tipos de negativos, e agora, os fabricantes de câmeras 35mm anunciam que vão interromper a produção. Esse é o tema do excelente artigo de Debra Kaufman para o site Creative Cow. Os fabricantes mais importantes, como a Arri, há muito já começaram a migrar para o digital, o destino de toda a indústria cinematográfica, da distribuição à exibição.
Discute-se o que se ganha e o que se perde com a transição, mas ela é inexorável. O romantismo dos segredos da película não processada é substituído pela praticidade do resultado imediato. Dizem que o grão fotográfico jamais será igualado, mas as tecnologias de cinema digital evoluiram muito, e talvez, para a maior parte das pessoas já seja difícil distinguir uma projeção de algo produzido ou exibido em digital de algo analógico. Os editores reclamam, e com razão, de que , com o vídeo, os filmes de longa metragem, comerciais, e outras produções antes feitas em película, agora geram horas intermináveis de material.
Mas isso não parece ser culpa do digital, e sim daqueles que os utilizam, com procedimentos e metodologias equivocadas. Cabe à toda a indústria se adaptar as novos tempos, aproveitar o que o video digital tem de melhor, e descobrir novas fronteiras para o audiovisual. A ABC (Associação Brasileira de Cinematografia), por exemplo, está tomando a frente e fazendo gestões para que a indústria de exibição adote parâmetros que garantam a melhor qualidade nas projeções, de igual para igual com as melhores salas de cinema digital no exterior. Leia no site da ABC o manifesto sobre o tema.
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